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A construção, indicam estimativas, responde por pelo menos metade do entulho gerado nas cidades brasileiras.

A reciclagem é uma alternativa para diminuir o impacto ambiental desses resíduos. A prática é vantajosa em vários aspectos: reduz as chances de deposição em locais clandestinos e contribui para aliviar a pressão sobre aterros de inertes, cada vez mais saturados.

A opção pela reciclagem é atualmente facilitada pela existência de um mercado, em crescimento, com empresas de captação, manejo e valorização dos resultados da construção. E também por novos conceitos que, aos poucos, chegam aos canteiros.

CLASSIFICAÇÃO
Embora os benefícios da reciclagem sejam abrangentes, a prática ainda é pouco empregada nos canteiros pelo país.
• Produtos como rachão, pedrisco, brita, bica corrida e areiatêm como matéria-prima resíduos classe A, ou seja, são confeccionados a partir do beneficiamento de concretos, cerâmicas, pedras e argamassas. No processo construtivo, tais resíduos chegam a representar metade da geração. Já em demolições, ultrapassam a casa dos 80%.
• Também são passíveis de reciclagem e reaproveitamento de resíduos classe B, tais como vidros, madeiras, metais, papelões e plásticos. Mais recentemente, o gesso foi incluído no grupo. O material pode ser usado como ingrediente na produção de cimento ou transformado em gesso agrícola.

TRIAGEM
Uma etapa fundamental quando se fala em gestão de resíduos da construção civil é a triagem. Segundo as recomendações da resolução 307 do Conama, a segregação deve ser feita preferencialmente nos locais de origem dos resíduos, logo após a geração e transportados internamente para posterior acondicionamento. Os cuidados visam assegurar a qualidade do resíduo que será enviado para reciclagem.

Esse processo de ordenamento das atividades no canteiro motivada pela reciclagem traz ganhos para o empreendedor e, ainda, uma percepção sobre a necessidade de diminuir a geração e de aperfeiçoar métodos construtivos.

AGREGADO RECICLADO
Diferentes usinas produzem agregados diversos, mas, no geral, o processo de transformação envolve: chegada do caminhão com entulho ao pátio de triagem, checagem para saber se há resíduos de outras classes, britagem e peneiramento.

A reciclagem dos resíduos pode ser também realizada no próprio canteiro, por meio do emprego de equipamentos móveis. Os agregados processados no canteiro são reaproveitados na obra, geralmente como revestimento ou argamassa de assentamento. A redução dos custos envolvidos no descarte do entulho e com a compra de material natural justificam a adoção da prática.

É BOM SABER
Os produtos da reciclagem não têm função estrutural. Porém, possuem uma série de outras aplicações. Conheça os usos recomendados pela Abrecon.
• Areia: produção de argamassa de assentamentos, blocos e tijolos de vedação.
• Pedrisco: fabricação de artefatos de concreto, como mesas e bancos de praça, pisos intertravados, manilhas de esgoto.
• Brita: obras de drenagem e produção de concretos não-estruturais.
• Bica corrida: base e sub-base de pavimentação, reforço e subleito de pavimentos e regularização de vias não-pavimentadas.
• Rachão: obras de pavimentação, drenagem e terraplanagem.
As características dos agregados e as condições de uso são dadas pelas normas NBR 15.115:2004 e NBR 15116:2004.

LOGÍSTICA REVERSA
Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a chamada logística reversa. O conceito não significa necessariamente o retorno de resíduo ao fabricante. A volta à cadeia produtiva, após processos de transformação dos resultados da construção em produtos de valor para o uso do próprio gerador, também é uma forma trabalhar o conceito na prática. E as atividades aí envolvidas – entre elas, a reciclagem – são parte de um circuito de logística reversa.

Nesse sentido, o empreendedor pode aproveitar o transporte do resíduo para a usina e solicitar ao caçambeiro que retorne à obra com agregado reciclado. Por um lado, o gerador estará garantindo que a destinação foi adequada e, por outro, adquirindo um material útil na obra e de valor inferior ao agregado natural.

TRANSPORTE
O transporte externo é elo frágil da cadeia de transformação dos resíduos da construção. No caminho entre a fonte geradora e o destinatário há risco de desvio do material, que pode parar em locais irregulares. Para que isso não ocorra, algumas providências são recomendadas:
• A primeira é checar se há informações no município sobre transportadores cadastrados. Uma vez contratado o serviço, é preciso exigir do caçambeiro o retorno do documento de Controle de Transporte de Resíduo (CTR) devidamente carimbado e assinando pelo destinatário, comprovando que material foi entregue na usina de reciclagem (ou em áreas licenciadas para receber entulho da construção, se esta for a opção).
• Para maiores garantias é possível atrelar o pagamento do transportador à entrega do CTR ou de um ticket de balança da unidade recicladora. Ou ainda definir previamente o destino dos rejeitos, ficando sobre o caçambeiro apenas a responsabilidade pelo frete.

via Sienge

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