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A deflagrada da crise hídrica nacional, especialmente em São Paulo, serviu como fator motivacional (e imperativo) para profissionais e construtoras que, até então, não haviam se dado conta da urgência de uma arquitetura sustentável com o uso responsável da água. Fato é que o mercado despertou para a consciência ambiental e, hoje, não faltam soluções práticas e produtos sustentáveis para obras civis, como é o caso dos sistemas de captação de água.

Seja para preservar a natureza, seja para minimizar os impactos da falta de água nos canteiros de obra – já que o recurso é essencial em todas as fases da construção – os sistemas de captação de água de chuva figuram como um método supereficiente de reaproveitamento da água. Seu lado positivo vai além do racionamento do bem durante as obras: trata e armazena a água coletada, devolvendo-a limpa e adequada para uso não potável, o que gera uma considerável economia financeira.

Independentemente do volume de chuvas, as vantagens dos sistemas de captação de água também são percebidos no dia a dia de uma obra. Lavagem do canteiro, limpeza de pátios e vestiários, uso em descargas e cura do concreto são algumas de suas utilidades. Como se não bastasse, a captação de água da chuva ainda é útil no pós-obras e na rotina doméstica, para a irrigação de jardins, lavagem de pavimentos externos e carros etc.

O cenário de captação de água no Brasil

Além de inovações nascidas da criação de sistemas de captação de águas pluviais por estudantes, engenheiros e arquitetos da construção sustentável, o mercado nacional não para de se modernizar. Aliás, legislações específicas levaram o setor a se adaptar. Em São Paulo, por exemplo, a Lei 13.276 de 2002 tornou “obrigatória a execução de reservatório para as águas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabilizada superior a 500m²”.

Já o PLS nº 753/2015 “torna obrigatória a implantação de sistemas de reuso direto não potável nas instalações de abastecimento de água e esgoto construídas com recursos da União”. O cenário para os sistemas de captação de água também ganha reforços de importantes entidades. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é uma delas e defendeu, recentemente, a regulamentação do mercado de reuso de água no Brasil, bem como o aperfeiçoamento da regulação do uso de fontes alternativas de abastecimento, segundo a Agência CNI de Notícias.

Como funcionam os sistemas de captação de água?

Em geral, os sistemas de captação de água atuam de forma a aumentar a eficiência hídrica de empreendimentos residenciais ou prediais, industriais e comerciais/corporativos. Durante a instalação de seus principais modelos, são necessários dois itens essenciais para o bom funcionamento do processo: os filtros para limpeza da água de chuva oriunda dos telhados e uma cisterna para seu armazenamento. Os primeiros, inclusive, também direcionam a quantia certa do recurso para a cisterna, enquanto o excedente é enviado para a galeria pluvial.

O chamado conjunto flutuante é outro elemento dos sistemas de captação de água; serve para captar a água presente abaixo da lâmina da cisterna e evita a absorção de materiais decantados. Já o “sifão ladrão” impede o transbordamento de água da cisterna e o freio d’água reduz a velocidade de entrada da água na cisterna, além de evitar o revolvimento das partículas decantadas no reservatório.

Por fim, o realimentador é responsável por abastecer automaticamente a cisterna ou o reservatório de reuso com água da rua quando a chuva é escassa. Entenda, a seguir, o passo a passo do funcionamento de um sistema de captação de água pluvial:

Sistemas de captação

Aos profissionais e construtoras, cabe estudar o modelo de sistema escolhido e equilibrar os valores nele investidos em relação ao projeto – o que varia de acordo com a área do telhado e as configurações dos componentes. De acordo com a empresa Ecocasa, levando em conta as condições climáticas do Brasil e a tarifa recente de água, o investimento em um sistema de aproveitamento de água pluvial costuma retornar o valor aplicado em poucos anos.

“Os ganhos surgem em aproximadamente dois anos para o segmento industrial e cinco anos para o residencial. Esse retorno é calculado de acordo com a economia que o sistema gera, podendo chegar na maioria dos casos a uma redução de 50% do volume de água potável consumida da rede municipal/local”, conclui a empresa. Agora, basta escolher o modelo ideal à sua obra e fazer uso racional desse bem tão valioso para o ser humano e o setor!

Via Tem Sustentável